Um dia, o rio Meschacebé, ainda perto de sua fonte, cansou-se de ser apenas umriacho límpido. Pediu neve às montanhas, águas às torrentes, chuvas às tempestades, e, assim engrossado, transbordou de seu leito e arrasou suas margens floridas.
No início, o orgulhoso rio ficou encantado com sua potência. Mas vendo que sua passagem tudo tranformava em deserto, que ele se tornara solitário no seu percurso e que suas águas abundantes estavam sempre turvas, lamentou o modesto leito que a natureza lhe dera e sentiu saudade dos pássaros, das flores, das árvores que, outrora, eram os sorridentes companheiros de sua vida sossegada.
René Chateaubriand
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